"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento." - (Clarice Lispector)
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Existem meninas mulheres que já nascem determinadas e corajosas para enfrentar o mundo. A advogada Maria Izabel Batista Alabarces é uma delas. Nascida de uma família em que os pais tinham entendimento de que os filhos são do mundo e que, de certa forma, para crescerem precisam, quando chegada a hora, continuarem pela estrada da vida sozinhos, para eles, fica a certeza de que semearam na vida da filha, a mais valiosa semente.
Maria Izabel é a filha caçula do agropecuarista, fixado em Sinop (MT), Elydio Batista Alabarces e da empresária do ramo de confecções, Maria Aparecida Batista. Tem dois irmãos, Antonio Sérgio B. Alabarces, administrador de empresas, e José Marcos B. Alabarces, advogado.
A família deixou a cidade de origem, Douradina (PR), quando Maria Izabel ainda tinha seus incompletos sete anos de idade, para Sinop (MT), que começava a despontar como um futuro próspero. Naquela época, uma viagem do interior do Paraná até Sinop demorava cerca de cinco dias. Mas, apesar dessa grande dificuldade, a família decidiu se unir aos primeiros moradores daquela localidade de poucas ruas e avenidas, com casas simples e iluminadas por lamparinas, mas de gente de coragem e de muita fé em Deus, para se dedicar à agricultura e ao comércio, na esperança de oferecer um futuro melhor para os seus filhos. Foi entremeio a este espírito que Maria Izabel cresceu, freqüentando a única escola pública, dirigida à época sob o rigor de freiras católicas.
Porém, a cidade, embora crescente, só oferecia o ensino médio, e isso era muito pouco para quem conhecia o prefácio da história de seus pais. Jovem sonhadora e disciplinada queria ir muito mais longe e seo Elydio e dona Maria Aparecida sabiam que não poderia tolher a liberdade de a filha conhecer os capítulos mais importantes da sua própria vida. "Eu buscava o conhecimento e, através disso, um espaço de independência intelectual e de realizações pessoais. Meus pais entenderam e apoiaram a minha escolha de construção do meu próprio caminho". Foi dessa forma que Maria Izabel retornou ao Paraná, para concluir o último ano do ensino médio, o que seria o seu passaporte para uma das vagas de Direito da Universidade Estadual de Londrina. "A emoção daquela despedida é uma lembrança que permanece muito viva. Minha mãe e eu queríamos ser fortes porque aquela decisão de fato parecia ser a mais acertada, mas os nossos corações, fora do mesmo compasso, fizeram derramar lágrimas doloridas; choro que se repete a cada encontro e a cada despedida."
Maria Izabel herdou de seus pais a força espiritual e a perseverança; "a infância e a adolescência passadas numa cidade em colonização também me mostraram que a vida é um contrato de risco e que não há caminho sem obstáculos", afirma.
Maria Izabel formou-se em Direito pela Universidade Estadual de Londrina, em 1994. Mestra em Direito Penal pela Universidade Estadual de Maringá, diretora geral do Instituto Catuaí de Ensino Superior, sediado em Cambe, é também uma das profissionais que compõe o quadro de associados do Escritório Amaral & Associados. Está envolvida com a docência desde 1999 e colaborou com afinco na criação do Instituto Catuaí de Ensino Superior, onde posteriormente, assumiu a coordenação do curso de Direito.
No momento, além de exercer intensamente a advocacia ela desfruta do prazer de receber o mérito do reconhecimento dos cursos de Administração, Direito e Pedagogia do Instituto Catuaí de Ensino Superior, pelo Ministério de Educação e Cultura, com triplo A.
Maria Izabel diz com todas as letras que se sente uma pessoa realizada no exercício da profissão pela qual se apaixonou quando ainda criança, reconhecendo a importância na sua trajetória, do professor e amigo Antonio Amaral, homem de sabedoria e generosidade incomum. Por outro lado, ela diz ser dedicada e incansável na busca da realização de seus projetos e acredita que as oportunidades aparecem quando se está preparada para elas. "Ter fé, respeito consigo e com os outros e bom humor nesta jornada também são imprescindíveis para o alcance da luz própria", afirma. Perguntada sobre projetos pessoais, sorridente, porém reservada, diz estar "muito bem com a vida".
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