Profissionais do Ano Londrina

Rosa Abelin nasceu numa família tradicional de origem cigana, no Rio Grande do Sul, na década de 50. Os avós vieram para o Brasil em 1908, criaram os filhos e deram início à trajetória familiar que se encontra em sua quinta geração. Formou-se em Jornalismo (UFSM) e em Fonoaudiologia. "Além da Comunicação, sempre tive outro lado voltado para a Saúde. Trabalhei como Fonoaudióloga na década de 80, depois migrei quase que totalmente para a vida acadêmica na Universidade Estadual de Londrina e lá permaneci por mais de 30 anos", conta. Em 1977 veio para Londrina, traçando a sua história de vida. Fez uma excelente carreira universitária junto à UEL, contribuindo para a formação de centenas profissionais, tendo ocupado diversos cargos de chefia e coordenação. Além de professora dos cursos de Jornalismo e Relações Públicas, foi consultora de comunicação, fundadora da Rádio UEL/FM. Casada com Gil Abelin, é mãe de Renata Estevão Abelin, 36 anos, profissional de design, e de Tiago Estevão Abelin, 34 anos, profissional de marketing e administração de empresas e construções civis. Em 2016, ganhou a primeira neta Maria Laura, dando um novo sentido e ânimo para sua a vida. Ela relembra: "Rompendo com as tradições, e com auxilio dos meus pais, tive a oportunidade de estudar. Coisa que muitas meninas de minha geração não puderam fazer. Assim, abri um leque de possibilidades para outras mulheres terem acesso à escolaridade. Com esse espírito empreendedor sou considerada um exemplo para algumas mulheres e também uma ameaça para séculos de tradição". A liberdade sempre foi a sua meta de vida e para isso não mediu esforços. Pesquisadora, estudiosa, se propôs à intensa busca pelo conhecimento. "Facilitar o acesso à informação para alicerçar escolhas com responsabilidade passou a fazer parte de mim e tornou -se o meu ideal desde a mais tenra idade. Daí foi fácil escolher o jornalismo como um dos tantos caminhos das minhas realizações, no âmbito pessoal e profissional", diz a jornalista, que, inconformada com as condições das mulheres em algumas culturais minoritárias, vislumbrou um novo horizonte. "Com um olhar mais atento. Não de revolta, mas de necessidade de um entendimento dos valores culturais que envolvem cada preconceito, cada atitude dos seres humanos", completa. Ávida por mudanças, Rosa sabia que elas chegariam, mesmo que gradativamente, quebrando tabus e preconceitos. A opção pelo jornalismo tinha tudo a ver porque estaria atualizada com as informações, se tornaria a porta-voz das boas novas. Considera-se uma buscadora do saber, aprecia a literatura, filosofia, história, fotografia, mas a grande paixão resume-se à música. "Cresci conhecendo música de violino cigano, músicas folclóricas do leste europeu, tangos e boleros do Uruguai e Argentina, jazz e muita MPB, que a minha mãe sempre cantava", revela. A homenagem vai para a avó Madalena Wanovich, que ousou convencer o avô Ìvano Estevão, a vir para o Brasil em busca de uma vida melhor. "Ela foi a grande idealizadora dessa jornada", conclui.